terça-feira, 24 de maio de 2011

Músicas, interpretes e bandas... com pimenta.

Quem não gosta de pimenta, não gosta e ponto! Mas quem gosta é praticamente maníaco por pimenta, ao ponto de este fruto fazer parte do seu cardápio diário.
Que tal um menu onde a pimenta passeia pelo universo musical?
Pra levantar o astral/Joguei pimenta e sal, já dizia Gabriel o Pensador na sua música Pimenta e Sal. Gabriel Contino (seu nome de batismo), em 1992 já anunciava que se estabeleceria como um rapper diferenciado, pela criticidade social e moral que expõe com talento em suas músicas. Na época, ainda estudante, a música Tô feliz (Matei o Presidente), embora censurada, lhe garantiu um contrato com a Sony Music... Mas... Vamos de pimenta mesmo.


Ao som da sanfona de Dominguinhos, há tantas composições sempre temperadas de arranjos e harmonias com gosto de nordeste e, já que a essência é nordestina, não poderia faltar uma pitada de pimenta num cozido de tatu em Peba na Pimenta, de João do Vale.



Bem apimentados já foram alguns Grammy Award, pois por seis vezes a banda Red Hot Chili Peppers levou a estatueta. Com suas sementes lançadas no final da década de 1970, quando três amigos de 15 anos formaram a banda Anthym, em abril de 1983, num clube de Los Angeles, quatro componentes apresentaram-se como Tony and the Miraculousy Mahestic Masters of Mayhem, que logo em seguida foi batizada como Red Hot Chili Peppers (dizem que, porque eles adoravam comida mexicana). Um dos grandes sucessos desta banda é Under the Bridge, lançada em 1991, escrita por Anthony Kieds, e na qual ele descreve a sua relação com as drogas.


Art Pepper foi um grande claniretista e dialogava com o sax-alto de forma única, conseguindo, apesar da forte influência de Charlie Parker, criar um magnífico estilo próprio.


Ainda no sopro do sax, desta vez o barítono, tivemos também Pepper Adams que tocou com Benny Goodman, entre outros. Apesar de ter como característica um som mais pesado e intenso, prestigiou o balanço de nossa Bossa Nova com Bossenouveau.


Desde 1956 o Festival Eurovisão da Canção, um concurso anual de canções, transmitido pela televisão e pelo rádio para toda a Europa, premia participantes de diversos países, desde que membros da EBU (European Broadcasting Union). Em 1966 a belga Tonia (Arlette Antoine Dominicus) representou a Bélgica no Festival realizado em Luxemburgo, com a canção Um Peu de Poivre, um Peu de Sel, conseguindo o 4º lugar, melhor classificação para o seu país, até então.

domingo, 22 de maio de 2011

O som do chá

Prepare-se para “beber” muito chá musical, no nome da canção, da banda ou do álbum!
E vindo lá do sertão, cantando, no balanço do baião, as tristezas e as alegrias de sua gente, Luiz Gonzaga, talvez a figura mais emblemática da música popular brasileira, que acrescentou ao patrimônio musical do nosso país, preciosidades como Asa Branca (1947), Juazeiro (1948) e Baião de Dois (1950), entre outras, pediu à morena que trouxesse chá “pra nós tomar”., na música Eu Quero Chá.



A banda de pagode Samprazer fez uma brincadeira em apologia às dietas do nosso tempo com a música Dieta do Chá.


Fundada em 2001, a banda recifense Chá de Zabumba vem difundindo os ritmos pernambucanos, com ênfase nos instrumentos de percussão.


Já que falamos de bandas, vale citar a banda canadense de rock e blues, The Tea Party, lançada na década de 1990, e o cantor e compositor jamaicano, Cocoa Tea.



Quem, da geração de 70, não lembra do álbum Tea for the Tillerman, de Cat Stevens (hoje Yusuf Islam), contendo músicas maravilhosas com Where do the Children Play? 


E porque não lembrar do chá oferecido a Alice, no “desaniversário” do país das maravilhas?


Embora o chá tenha a origem do seu consumo, socialmente, em terras asiáticas, os chás ingleses são famosos no mundo todo e, como se não bastasse, Paul McCartney convida sua garota a sentar-se consigo para um English Tea.



Chá para um (Tea for One) com Joe Bonamassa que, nascido em New York, no ano de 1977, tornou-se ardoroso fã de blues e do rock inglês. Sua paixão por guitarra não se demonstra apenas na habilidade com que a dedilha (ainda criança já era elogiado por B. B. King), mas também se complementa na sua coleção com mais de 200 exemplares deste instrumento.


Mas temos também chá para dois (Tea for Two) canção (letra de Irving Ceaser e música de Vincent Youmans) lançada em 1925, no musical No, No, Nanette, em Londres. Poucos anos depois esta música foi instrumento de uma aposta em que o maestro Nikolai Malko desafia Dimitri Shostakovich a reorquestrá-la, de memória, em menos de uma hora. Shostakovich ganhou a aposta em 45 minutos e estreou a nova orquestração em Moscou, em dezembro de 1928, na peça Tahiti Trot, Op. 16. Desde então esta música tem se popularizado na voz de vários interpretes e nos instrumentos de diversas bandas e instrumentistas, com arranjos que vão do jazz ao cha-cha-cha (Tommy Dorsey) ou com uma harmonia bebop (Thelonious Monk), mas talvez as gravações mais conhecidas sejam a de Art Tatum (1939) e Doris Day.




A hora do chá (L’heure du thé) é marcada na voz do cantor, pianista e compositor francês,  Vincent Delerm...


E pode ser de novo para dois em Two Cups of Tea, com a banda Star Fucking Hipsters...


Apenas uma xícara em Have a Cuppa Tea, com The Kinks...


Ou ainda um chá de canela em Tea With Cinnamon, com a banda feminina, norueguesa, Katzenjammer. 


sexta-feira, 13 de maio de 2011

O morango na pauta

E lá vai o morango, ora pulando, ora apenas deslizando pelos caminhos da música!
Independente do gosto musical de cada um, poucos devem ser aqueles que não escutaram (ou ouviram falar) a música Morango do Nordeste, composta em 1984 pela dupla pernambucana Wakter de Afogados e Fernando Alves, e começou a fazer sucesso após a gravação por Lairton e Seus teclados. O seu título inicial Sonho dos Sonhos foi mudado para o atual a pedido de Lairton que tinha o apelido de "moranguinho". Outros a incluíram em seu repertório: Wanderley Cardoso, Frank Aguiar, Chiclete com Banana e Karametade.



Sorriso Maroto e Negritude Junior trouxeram Sabor Morango, Jaiane Bacelar (cantora Godspel) lançou Morango & Chocolate, e Hélio Ziskind compôs Morango de Pertinho, uma música infantil com letra educativa, que faz parte do projeto Cocoricó.




No cenário internacional temos, entre outras: a dupla feminina, escocesa, de pop rock, formada em 1981, Strawberry Switchblade; Strawberry Machine, uma linha musical formada pela vocalista Akira Okabe e vários produtores que agregam vocais, sintetizadores e efeitos sonoros de inspirados no vídeo game; Fraise (morango em francês) que tem o compositor e produtor Patrick responsável pelo projeto do álbum A New Beginning.
A batida do funk está em Strawberry Swing com o grupo Colplay, mas há também Strawberry Wine, com Deana Carter, e Strawberry Letter, com Quincy Jones, além dos acordes do violino de Lili Haydon com a música Strawberry Street.


E por último (aliás, top da lista) a inesquecível e eterna Strawberry Fields Forever, canção da melhor banda de todos os tempos: The Beatles.
Lançada em 1967 no álbum Magical Mystery Tour e, meses antes, num single com a música Penny Lane, esta composição de John Lennon refere-se a um terreno, em Liverpool (John morava com seus tios, numa rua paralela), onde se localizava um abrigo do Exército de Salvação, e para aonde John corria com suas brincadeiras, durante a infância. E assim Lennon brinca também com as palavras embaladas pela melodia. Ao talento da banda juntava-se a genialidade de George Martin (produtor da maioria dos álbuns dos Beatles), e os acordes de 3 violoncelos e 4 trompetes.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Música com pitada de canela

A canela empresta seu aroma para que o sabor vista a fantasia, e alimenta na pele o desejo da sua cor. Nas notas musicais se revela o que a canela nos desperta.
A Cinnamomum zeylanicum, para nós canela da china, ou apenas canela, aparece na música, na maioria das vezes, para definir a cor resultante da miscigenação  em nosso país. Se ela representa a cor, se alia ao cravo para definir o cheiro.
Foi essa mistura de “temperos” que Milton Nascimento e Ronaldo Bastos se utilizaram para definir a beleza da morena na música Cravo e Canela: “Ê morena quem temperou? Cigana quem temperou? O cheiro do cravo. Ê cigana quem temperou? Morena quem temperou? A cor de canela”.





O grupo Quaternaglia, um quarteto de violões fundado na cidade de São Paulo, entre tantas maravilhosas interpretações e releituras, fez um arranjo maravilhoso para a música de Milton e Ronaldo


Mas bem antes de Milton e Bastos, Luiz Gonzaga (1912-1989), o rei do baião, já havia se utilizado da especiaria para definir o tom da pele de uma bela mulher, na música Cor de canela: “Olha o jeito dela, morena cor de canela. Pode morrer de paixão quem olhar nos olhos dela”.






E a canela continua inspirando a novas gerações.
Pablo Dominguez, um baiano natural de Valença, cidade a 274 km de Salvador que, aos 31 anos, se intitula como um romântico ligado em surfe deu voz à composição de Théo José e Tivas: Cravo e Canela.


E, finalmente, alguém se esqueceu da canela apenas como sinônimo de uma bela cor de pele e cantou o seu sabor. “Canela” de Zé Cafofinho e suas correntes fez a mistura com café, e ficou ótima: “Canela moída da China no café é muito bom. Quiabo na rabada quarta-feira faz muito bem”.


terça-feira, 26 de abril de 2011

CHOCOLATE


O chocolate não é, com certeza, o alimento mais consumido no mundo, nem faz parte da base alimentar de nenhum país ou civilização, mas entre aqueles que estão associados ao inebriante prazer de sua degustação, talvez ele encabece a lista. Também talvez pela associação à sua cor, textura, sabor e ao desejo quase incontrolável que por vezes desperta, “chocolate” tem presença marcante no mundo da música, seja na letra ou no próprio título, no nome de bandas ou de álbuns.
Se eu cantar um trecho da música “Canção de Amor” que diz: “Saudade, torrente de paixão, emoção diferente”... você poderá perguntar: “Mas onde está o chocolate”? Dorival Silva, mais conhecido por Chocolate (Rio de Janeiro 20/12/1923 - 27/6/1989), é um dos compositores, em parceria com Elano de Paula, desse sucesso de Elizeth Cardoso.
Como já cantavam as crianças do Trem da Alegria e até a Xuxa “Vou te mostrar que é de chocolate, de chocolate o amor é feito, de chocolate... choco... chocolate bate o meu coração”.
Tim Maia declarou que: "Não quero chá, não quero café, não quero Coca-cola, me liguei no chocolate...” Apesar de que, Marisa Monte mudou um pouco a declaração do Tim dizendo: “Não quero pó, não quero rapé, não quero cocaína, me liguei no chocolate...”


Muitas vezes, algumas misturas ao chocolate dão muito certo. Por exemplo, “Chocolate com pimenta”, música composta e interpretada por Deborah Blando, deu nome a uma das novelas da Globo.


Uma banda uruguaia (entre outras) que toca cumbia (estilo de música com origem colombiana), e que surgiu na década de 1990, adotou o chocolate para seu nome.
O produto derivado do cacau deu nome a vários álbuns, como exemplo: Like Water for Chocolate, da banda Common;



 Blood & Chocolate, de Elvis Costello; The Buddha and the Chocolate Box, de Cat Stevens.





Atualmente, Luan Santana garante que “De chocolate nosso amor é feito, então não tem jeito, gruda em mim”. Depois segue a letra fazendo trocadilhos com várias marcas de produtos feitos com chocolate.
Jesse & Joy, uma dupla mexicana de irmãos, que faz muito sucesso, também usou o chocolate em um dos seus sucessos, inclusive com este clipe muito bem feito:








Poderíamos usar páginas e páginas para falar da presença do chocolate na música mundial. Para terminar, convido você a ver um clipe divertido onde o chocolate permeia a sensualidade feminina?
A música é “La femme chocolat”, da cantora pop, francesa, Olívia Ruiz.



La Femme Chocolat

Taille-moi les hanches à la hache
J'ai trop mangé de chocolat
Croque moi la peau, s'il-te-plaît
Croque moi les os, s'il le faut

C'est le temps des grandes métamorphoses

Au bout de mes tout petits seins
S'insinuent, pointues et dodues
Deux noisettes, crac! Tu les manges

C'est le temps des grandes métamorphoses

Au bout de mes lèvres entrouvertes
pousse un framboisier rouge argenté
Pourrais-tu m'embrasser pour me le couper...

Pétris-moi les hanches de baisers
Je deviens la femme chocolat
Laisse fondre mes hanches Nutella
Le sang qui coule en moi c'est du chocolat chaud...

Un jour je vais m'envoler
A travers le ciel à force de gonfler...
Et je baillerai des éclairs
Une comète plantée entre les dents
Mais sur terre, en attendant
Je me transformerai en la femme chocolat...

Taille-moi les hanches à la hache
J'ai trop mangé de chocolat...

A Mulher Chocolate

Talha meus quadris com um machado
Eu comi muito chocolate
Morda minha pele, por favor
Morda meus ossos, se for preciso

é o tempo das grandes metamorfoses

Na ponta dos meus seios pequeninos
Insinuam-se, pontudas e gorduchas
Duas avelãs, crac! Você as come

é o tempo das grandes metamorfoses

Na ponta dos meus lábios entreabertos
Brota um framboeseiro vermelho-prateado
Você poderia me beijar para cortá-la?

Modela meus quadris com beijos
Eu me torno a mulher chocolate
Deixa derreter meus quadris Nutella
O sangue que corre em mim é chocolate quente...

Um dia eu vou voar
Pelo céu de tanto inchar...

E eu bocejarei relâmpagos
Um cometa fincado entre os dentes
Mas na terra, enquanto espero
Me transformarei na mulher chocolate

Talha meus quadris com um machado
Eu comi muito chocolate...