A canela empresta seu aroma para que o sabor vista a fantasia, e alimenta na pele o desejo da sua cor. Nas notas musicais se revela o que a canela nos desperta.
A Cinnamomum zeylanicum, para nós canela da china, ou apenas canela, aparece na música, na maioria das vezes, para definir a cor resultante da miscigenação em nosso país. Se ela representa a cor, se alia ao cravo para definir o cheiro.
Foi essa mistura de “temperos” que Milton Nascimento e Ronaldo Bastos se utilizaram para definir a beleza da morena na música Cravo e Canela: “Ê morena quem temperou? Cigana quem temperou? O cheiro do cravo. Ê cigana quem temperou? Morena quem temperou? A cor de canela”.O grupo Quaternaglia, um quarteto de violões fundado na cidade de São Paulo, entre tantas maravilhosas interpretações e releituras, fez um arranjo maravilhoso para a música de Milton e Ronaldo
Mas bem antes de Milton e Bastos, Luiz Gonzaga (1912-1989), o rei do baião, já havia se utilizado da especiaria para definir o tom da pele de uma bela mulher, na música Cor de canela: “Olha o jeito dela, morena cor de canela. Pode morrer de paixão quem olhar nos olhos dela”.
E a canela continua inspirando a novas gerações.
Pablo Dominguez, um baiano natural de Valença, cidade a 274 km de Salvador que, aos 31 anos, se intitula como um romântico ligado em surfe deu voz à composição de Théo José e Tivas: Cravo e Canela.
E, finalmente, alguém se esqueceu da canela apenas como sinônimo de uma bela cor de pele e cantou o seu sabor. “Canela” de Zé Cafofinho e suas correntes fez a mistura com café, e ficou ótima: “Canela moída da China no café é muito bom. Quiabo na rabada quarta-feira faz muito bem”.
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